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Pelotas apresenta saldo positivo de empregos formais em março
Novo Caged aponta que o Município segue tendência nacional; no entanto, número ficou abaixo em comparação com o mesmo período de 2022
Foto: Marcello Casal Jr - ABR - Dos mais de 195 mil postos ocupados no mês passado, cerca de 122 mil estão concentrados no setor terciário
O saldo de geração de empregos com carteira assinada no Brasil alcançou o número de 195,1 mil em março, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O dado representa um salto em comparação ao mesmo período do ano passado em que foram gerados 136,1 mil contratações formais. Em contraponto, apesar de ter mantido o número positivo, com 427 novos empregos, Pelotas teve queda de 157 cargos em comparação a 2022. Assim como no cenário nacional, no Município o setor de serviços foi que mais empregou a população.
Dos mais de 195 mil postos ocupados no mês passado, cerca de 122 mil estão concentrados no setor terciário. O quadro é refletido na realidade de Pelotas, onde o saldo foi de 168 empregos na área de serviços, representado em maior número pelas admissões em cargos na administração pública, educação, saúde humana, transporte, armazenagem e serviços sociais. Logo em seguida aparece o comércio, com 114 novos contratos, e a indústria, com 82.
"Para Pelotas é um alento", afirma o economista João Carlos Madail sobre o registro de empregos. Conforme o especialista, em comparação a outros municípios, o número de 427 novas carteiras assinadas não representaria um dado positivo, mas se tratando em uma cidade em que há cada vez mais ocupações informais, não estar no negativo é motivo de alívio. "É uma cidade carente de empregos. É positivo, mas se fosse em outras cidades, seria muito pouco", declara, citando como comparação a Serra Gaúcha.
Muito potencial, pouca iniciativa
Madail explica ainda que os setores em que os maiores saldos de contratações estão inseridos refletem a falta de desenvolvimento de Pelotas, que predominantemente tem sua economia baseada no comércio e serviços. "Indústria é muito pouco. Estamos na entressafra, então não estamos empregando muito. No momento da safra de pêssego, por exemplo, começa mais", explica, referindo-se às indústrias conserveiras da região.
Para o economista, "faltam muitas opções", apesar da cidade possuir estrutura privilegiada para geração de empregos. Ele argumenta que esse cenário de subdesenvolvimento em outros setores se deve em grande parte à falta de iniciativa política para tornar o Município atrativo ao investimento privado. "A cidade precisa ser vendida para que as indústrias sejam atraídas para vir para cá. Tem muito potencial, é um Município plano, com água abundante, tem energia, tem tudo para se desenvolver, mas ninguém vem sozinho para cá", ressalta.
A realidade dos dados
A garçonete Laís Ribeiro faz parte do saldo de empregos de março em Pelotas. Contratada no início do mês passado, ela conta que mesmo com experiência no ramo, foi uma intensa procura de três meses até conseguir a vaga em um restaurante. "Está bem difícil. Mesmo tendo um currículo bom, não está fácil. Agora o funcionário está muito descartável, é difícil uma empresa que consiga ficar bastante tempo."
Laís aponta ainda a informalidade como uma das principais causas para a obtenção de emprego mesmo na área em que há o maior número de contratações. "Tem bastante empresa aderindo a contrato temporário, ficam contigo por tempo indeterminado, sem te dar garantia e tu simplesmente vai embora", lamenta.
Salário de admissão
Para o conjunto do território nacional, o salário médio de admissão em março de 2023 foi de R$ 1.960,72. Comparado ao mês anterior, houve redução real de R$ 30,06, uma variação em torno de -1,51%.
Já no Rio Grande do Sul, a média está abaixo da nacional, sendo a remuneração de R$ 1.829,93 a média do Estado. A região Sul foi a segunda que mais empregou no período com 37,4 mil novos postos, ficando atrás somente do Sudeste.
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